Estudo sobre as últimas 12 Copas mostra o processo de globalização do futebol

Estudo sobre as últimas 12 Copas

mostra o processo de globalização do futebol

Levantamento feito pela Jambo Sport Business, empresa de consultoria em gestão esportiva, aponta dados sobre as 12 últimas Copas do Mundo, de 1970 a 2014, que contribuem para a qualificação da informação e o planejamento estratégico de clubes, federações, confederações e seleções, com  implicações diretas nas áreas de finanças e marketing. O trabalho, realizado entre junho e julho passado e concluído logo após a final entre Alemanha e Argentina, foi possível a partir da análise detalhada do número e dos percentuais de jogadores que atuam nos seus próprios países e das ligas (campeonatos locais) com mais atletas inscritos nesses mundiais. (Ver apresentação em anexo).

Entre as conclusões do levantamento, de acordo com Idel Halfen, sócio da Jambo e ex-vice-presidente do Fluminense, está a existência de uma clara competição entre a seleção do país e o seu campeonato nacional (liga) pela obtenção de receitas e apoios, e também “um nivelamento  entre as seleções, devido ao maior intercâmbio de jogadores”.  Outra conclusão importante é que nem sempre um campeonato nacional forte significa uma seleção competitiva.  

O levantamento não considerou as Copas anteriores a 1970, uma vez que naquelas edições a totalidade dos jogadores atuava em seu próprio país. Algumas particularidades chamam a atenção no trabalho. A primeira delas é que não se pode estabelecer uma relação direta de causa e efeito entre liga com grande representatividade na Copa (no sentido de ter muitos jogadores inscritos, ou mesmo com grande percentual de seus jogadores atuando em clubes nacionais) e seleção campeã do Mundo.

O futebol da Inglaterra lidera o quesito número de jogadores inscritos nas Copas, sem, contudo, conseguir conquistar o título. A liga inglesa foi a que mais teve jogadores em ação nos últimos cinco mundiais – 2014, 2010, 2006, 2002 e 1998 – sem que tivesse vencido nenhuma dessas edições. Na verdade, a atuação foi aquém do esperado, se considerados a força financeira de seus clubes e, consequentemente, o nível técnico de seu campeonato.

Na Copa deste ano, no Brasil, em que a Inglaterra foi eliminada ainda na primeira fase, 115 jogadores (nada menos do que 15,5% do total) de diferentes países que aturam no mundial por suas diferentes seleções jogavam em clubes ingleses. Em 2010, na África do Sul, eram 116 915,8%); em 2006, 99 (13,5%); em 2002, 102 (13,9%); e, em 1998, 74 (10,5%). O Brasil fica em primeiro no quesito número de jogadores na Copa apenas em 1974, quando 27 dos atletas que disputaram aquele mundial atuavam em times brasileiros – os 22 da seleção canarinho e outros cinco “importados”.

A Itália disputou a Copa deste ano com 20 de seus jogadores atuando em times italianos, o maior índice (87%) entre todas as seleções que vieram ao Brasil, e foi igualmente eliminada na primeira fase. A Argentina, por sua vez, foi vice-campeã sem que o seu campeonato concentre número relevante de estrangeiros. Na verdade, apenas 0,95% dos selecionados que atuaram nesta Copa jogavam na Argentina e ainda assim na própria seleção do país, que tinha 13% dos jogadores atuando em clubes nacionais.

Em 1970, na primeira Copa do México, o percentual de jogadores das seleções atuando em seu próprio país ainda era alto (98,28%). A partir daí começou a haver uma mudança significativa, com um número crescente de jogadores atuando por suas seleções, mas jogando em outros países. O “raio-X” realizado pela Jambo dá a exata medida do processo de globalização no esporte mais popular do mundo.

Até 1982 os campeões do Mundo conquistaram seus títulos com mais de 90% dos jogadores atuando em clubes domésticos. Em 1986 e 1990, os percentuais caem mais, para 65,6% e 77,3%, respectivamente. De 1994 a 2002, a queda dos percentuais é acentuada, entre 45% e 56%.  

A volta aos patamares dos anos setenta, porém, se dá em 2006, na Alemanha, quando a seleção da Itália leva o campeonato com 100% dos jogadores atuando em clubes nacionais. A boa organização e a valorização do campeonato italiano, com fortes receitas financeiras, explica a permanência dos melhores jogadores nacionais no país, bem como o grande afluxo de estrangeiros de alto nível.

A Espanha, campeão seguinte – da Copa de 2010, na África do Sul – também tem um valorizado e competitivo campeonato, com fortes receitas e grande afluxo de jogadores de alto nível. A “Fúria” conquistou o título com 87% dos seus atletas atuando em clubes nacionais. Este ano, no Brasil, a Alemanha levantou o troféu ostentando um índice de “nacionalização” também alto: 69% dos jogadores de sua seleção defendem clubes alemães.

O mapeamento também revela, entre outros, o grande aumento no número de ligas com jogadores atuando nos mundiais. Em 1970, eram 18 ligas com atletas em campo. Três copas depois já eram quase o dobro (32). O número cai um pouco nos mundiais seguintes (31 em 1986 e 29 em 1990) para voltar a subir e chegar a 53 ligas com jogadores participando Copa em 2010. Na Copa deste ano no Brasil, o número foi de 52 ligas, um processo de disseminação do esporte que reflete a sua popularização e contribui para o seu fortalecimento econômico-financeiro.  Outra curiosidade: 26 jogadores que estiveram na Copa no Brasil são “importados” que atuam no campeonato da Turquia, embora a seleção do país não estivesse participando do Mundial.

Os números completos e percentuais do trabalho estão disponíveis no arquivo em anexo, com outras observações relevantes.

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