Aumento do movimento no Santos Brasil expõe os gargalos portuário do país

O Terminal Santos Brasil, o maior do país no segmento de contêineres, está refletindo a retomada do comércio exterior após a crise de 2008/2009. Neste momento, há quatro navios atracados, mais nove na fila para operar no terminal e outros cinco aguardados na Barra de Santos. Trata-se de um aumento de cerca de 30% no movimento de contêineres desde o inicio do ano, o que significa aproximadamente 25 mil Teus/mês.

De acordo com o Centro Nacional de Navegação (Centronave), entidade que representa 31 empresas de navegação com atuação em todo o mundo, a sobrecarga do Terminal Santos Brasil serve de alerta para o país equacionar os seus gargalos logísticos. Para entidade, o governo deve incentivar os investimentos privados em novos terminais.

O movimento no Santos Brasil ainda está abaixo dos níveis atingidos em novembro de 2006, de 145 mil Teus/mês, patamar que antecedeu a crise financeira global, mas já atinge 118 mil Teus/mês (junho e julho). Desde os anos 2000, a movimentação, em Teus, cresceu aproximadamente 322% no Santos Brasil, de acordo com dados do Centronave. (Ver tabela abaixo)

A modificação no cenário deu-se pela substituição dos grandes volumes de exportação em 2007, por elevados números de importação, em 2010. Essa mudança torna o processo muito mais burocrático e expõe as deficiências da infraestrutura logística do país.

Ainda neste contexto, deve-se levar em consideração que boa parte desse processo é especulativo. São pequenos importadores, com menos experiência, que demoram muito mais tempo para a retirada das cargas, gerando um maior custo de armazenagem, o que, muitas vezes, pode resultar no abandono das mesmas. O fato ainda gera um atraso na devolução dos contêineres.

No ano de 2009 a corrente de comércio do Brasil com o exterior chegou a US$ 280 bilhões, devendo atingir US$ 300 bilhões este ano, o que demonstra a urgência dos investimentos em infraestrutura portuária. A indústria naval está retomando suas atividades e o gargalo dos portos pode vir a ser um entrave para esse desenvolvimento.

 

 

 

 



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