Centronave: exportações de madeira e pedra para os EUA podem indicar a retomada da construção civil

Madeiras e compensados bem como granitos e outras pedras são os itens que mais têm sido exportados pelo Brasil para os Estados Unidos este ano, o que pode ser um sinal de recuperação do setor de construção civil norte-americano (tabelas e gráficos em anexo). Ao mesmo tempo, as exportações para aquele país de carros e autopeças - que são itens de maior valor agregado - permanecem em patamares reduzidos.

Os dados são do Centro Nacional de Navegação (Centronave), entidade associativa que representa 31 empresas de navegação do segmento de contêineres, em conjunto com o Datamar, consultoria de estatísticas do setor marítimo.

Madeiras e compensados lideraram os embarques totalizando 17.951 Teus (unidade padrão para contêineres de 20 pés) de janeiro a junho deste ano, seguidos de granitos e outras pedras com 14.646 Teus (unidade padrão para contêineres de 20 pés) e de maquinários e equipamentos (12.541 Teus).

Os piores desempenhos entre os itens listados têm sido o de móveis (2.255 Teus) e o de produtos cerâmicos (2.850 Teus). Carros e autopeças somaram apenas 4.128 Teus no período. Em 2007, ano pré-crise financeira global, as exportações de veículos e autopeças para os EUA alcançaram 20.732 Teus no decorrer de todo o ano.

As estatísticas incluem quase todo tipo de carga, como maquinários, papel e celulose, café e chá, móveis, veículos, produtos químicos e borracha, entre outros produtos. Ressalte-se que cerca de 10% da carga exportada por navio para os Estados Unidos têm como destino final o Canadá.

No total de janeiro a junho deste ano, o Brasil exportou para o mercado dos EUA, 133.729 Teus por via marítima. No mesmo período do ano passado, foram exportados 119.859 Teus - aumento que já reflete a retomada gradual da economia americana. No ano de 2007, os embarques para os EUA/Canadá totalizaram 400.749 Teus. Em 2008, caíram para 320.499 Teus; e, em 2009, para 249.759 Teus.

“É importante verificar que o comércio para os EUA está retomando o seu ritmo após a forte retração, num sinal de que a crise mundial está sendo gradualmente superada”, afirma Elias Gedeon, diretor-executivo do Centronave.

Para David Lorimer, do Datamar, chama a atenção o fato de o movimento de madeira e pedras ter aumentado, num indicador positivo da construção civil, mas ainda sem reflexos nas importações, pelos EUA, de móveis, o que também seria um sinal de reaquecimento do mercado imobiliário. “O importante é que este tráfego para os EUA agora está se mantendo”, assinala.

Os dados Centronave/Datamar abrangem empresas de navegação associadas e não associadas à entidade (essas representando apenas 04% do total). Os números são significativos uma vez que via marítima representa quase 80% do comércio marítimo brasileiro feito em contêineres.



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