Centronave confirma aumento recorde das importações e da capacidade dos navios

As importações brasileiras transportadas em navios porta-contêineres cresceram cerca de 75%, entre janeiro e maio de 2010 na comparação com igual período de 2009, passando de 400 mil TEUs (unidade padrão de contêineres de 20 pés) para 700 mil TEUs. Foram 9 milhões de toneladas importadas nos cinco primeiros meses deste ano contra cerca de 5,6 milhões no mesmo período do ano passado, conforme tabela em anexo.

A acentuada recuperação comprova o quanto a queda de movimento foi aguda em 2009, na esteira da crise financeira global. Os dados, que fazem parte de levantamento feito pela consultoria Datamar em conjunto com o Centro Nacional de Navegação (Centronave), confirmam ainda o reaquecimento da economia interna.

O Centronave é a entidade associativa que representa as 31 maiores companhias de navegação em operação no país, que juntas respondem por 75% do comércio exterior brasileiro. O Datamar é uma consultoria especializada no setor marítimo. O estudo também aponta que nos últimos 12 meses foram feitas 11.302 escalas de navios porta-contêineres em 39 portos brasileiros, com 189 países de origem e destino.

Nos cinco primeiros meses deste ano, 12.309 empresas utilizaram navios porta-contêineres de empresas associadas ao Centronave para importar mercadorias, contra 9.624 em igual período de 2009 (variação de 27,90%). O número é significativo, pois está bem acima do recorde histórico para o período, registrado em 2008, que foi de 10.260 empresas.

O movimento na exportação, por sua vez, segue tendência de queda, com 700 mil TEUs nos cinco primeiros meses do ano. O número está abaixo do registrado nos cinco primeiros meses de 2008, de 780 mil TEUs (cerca de 22 milhões de toneladas). O número de empresas que exportaram via porta-contêinres entre janeiro e maio de 2010 foi de 5.892, contra 6.060 no mesmo período do ano passado e 6.738 em 2008, conforme tabela em anexo.

O levantamento também confirmou que a capacidade média dos navios que fazem o transporte das exportações e importações brasileiras cresceu após a crise financeira global de 2008, resultado da entrada em operação de embarcações mais modernas.

“Os dados servem de alerta para que o Brasil amplie seus investimentos nos portos, e também leve adiante o programa de dragagem, a fim de eliminar gargalos que possam prejudicar o seu comércio exterior, sobretudo no que toca as exportações”, avalia Elias Gedeon, diretor-executivo do Centronave.

O calado médio máximo dos porta-contêineres, que era de 10,9 metros há dois anos, alcançou 11,1 metros nos últimos 12 meses. Com isso a tonelagem das embarcações passou de 38 mil toneladas brutas, em média, para cerca de 46 mil toneladas. Ressalte-se que o calado dos navios maiores alcança 15 metros, o que reforça a necessidade das obras de dragagem.

Em TEUs, a variação média do aumento de capacidade foi de cerca de 14%, de 2.800 TEUs, em 2008, para 3.200 TEUs hoje. Em 2005, a capacidade média dos navios era, em média, de 2.200 TEUs ou cerca de 32 mil toneladas; e o calado, de 10,6 metros, em média.

 



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