O jornal britânico Financial Times incluiu a ex-presidente Dilma Rousseff na lista das mulheres com maior influência de 2016 ao lado de nomes como a primeira-ministra britânica, Theresa May, a democrata Hillary Clinton e a ginasta olímpica americana Simone Biles.
Segundo a publicação, a ex-presidente "foi a mulher que finalmente quebrou o teto de vidro na política brasileira, que se colocou como campeã das minorias e dos pobres".
A indicação de Dilma na lista foi comemorada no Brasil, mas causou também estranheza.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o consultor político e diretor da Consultoria Meta e Comunicação, Nilson Mello, diz que a indicação não deixa de ser surpreendente, mas ressalta que a inclusão do nome da ex-presidente tem muito a ver com a importância do Brasil hoje no cenário mundial.
"Importância que, por mais paradoxal que possa ser, sofreu um grande abalo no governo justamente dela por conta da debacle que a economia brasileira sofreu nesses últimos anos. Não tenho como esconder minha surpresa e meu tom crítico, sobretudo quando se fala que ela teria 'quebrado o teto de vidro da política brasileira ao fazer um governo em prol dos pobres'. É curioso isso porque a renda média do brasileiro caiu nos últimos anos do governo Dilma, a inflação galopante, que só agora começa ceder, também foi incendiada durante sua gestão. E a gente sabe que quem mais sofre com a inflação são as camadas mais pobres da população."
Mello afirma que, além disso, o Brasil vive uma crise prolongada de cinco, seis anos, talvez seja a maior da história republicana do país.
"Esta crise foi fomentada por uma política econômica irresponsável que destruiu os pilares de uma economia que estava consolidada. Com todo o respeito que tenho à ex-presidente, acho que é uma escolha muito curiosa, sobretudo por dar a ela o título de protetora dos pobres. Acho até que ela tinha interesse em proteger os pobres, mas a sua condução da área econômica foi de tal forma desastrosa que o efeito foi justamente o contrário. Hoje temos, 12, 13 milhões de desempregados, uma inflação fortíssima e uma incerteza total nos negócios, o que inibe os investidores."
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