Em SC, trabalho de terminais se complementam |
Em SC, trabalho de terminais se complementam 25/11/2013 De Caxias do Sul - No Estado de Santa Catarina há três portos reconhecidos como organizados: Itajaí, São Francisco do Sul e Imbituba. No primeiro há dois terminais (Itajaí e Navegantes). Em São Francisco são dois terminais de contêiner e granel/carga geral (São Francisco e Itapoá). E Imbituba opera como porto multiuso. Se antes havia concorrência entre eles, o que se vê agora é uma tendência de complementaridade, em função da mudança de players marítimos, como foi o caso da Hamburg Süd que operava em Itajaí e deslocou o foco para Itapoá, por ser um dos sócios. No entender de alguns operadores, essa acomodação gerou certa estabilidade no quadro geral por causa do crescimento da demanda. E se hoje a demanda está contida, nem por isso os investimentos deixaram de existir. Santa Catarina quer estar preparada para o futuro. Itajaí é um porto essencialmente de contêineres, formado por terminais arrendados e dois berços públicos, que juntos movimentarão neste ano 1,1 milhão de TEUs (Twenty Equivalent Unit - unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Transformada para peso equivale a 12 milhões de toneladas. Caso a estimativa se confirme, haverá uma alta de 7% sobre 2012. As projeções para 2014 levam em conta novos adventos, impactados por Itapoá e o terminal de contêiner da Santos Brasil, em Imbituba, ambos equidistantes 90 km. "Esses portos, incluindo Itajaí, estão operando com taxa de ocupação superior à recomendada pelo padrão de qualidade conteinero", diz o superintendente do porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos, estimando o nível atual próximo de 60% da capacidade. "A condição de berço em Itajaí ainda não atingiu o limite. Em termos de movimentação de carga há folga, mas pelas nossas projeção, muito provavelmente devemos ter alguma dificuldade de manter essa qualidade em 2016." A dragagem, já efetuada, melhorou consideravelmente as condições do canal de acesso, mas ainda há carência na bacia de evolução. "Recebemos navios de 306 metros, mas temos navios de 336 e 366 metros vindos na nossa costa que não têm condições de fazer manobras. É um limitador", aponta Ayres. Como resolver? "Temos um projeto de engenharia já concluído e que esperamos licitar no começo de 2014 para fazer o alargamento do canal e a nova bacia de evolução. O governo do Estado assegurou R$ 120 milhões. Agora buscamos R$ 180 milhões do governo federal via PAC", assinala. Com relação aos acessos terrestres, Ayres informa que está em andamento a construção de uma via expressa duplicada de oito km entre a BR-101 e o porto. No momento, a meta é realizar a ferrovia ligando Itajaí ao Oeste Catarinense, com cerca de 750 km, para agilizar a exportação de produtos congelados (frangos e suínos). Conhecida como a Ferrovia do Frango, ela existe por enquanto no papel. Atualmente, 50% do movimento de Itajaí é de frangos e suínos. A outra metade é carga dividida entre produtos metal-mecânico, madeira, manufaturados e têxteis. Na importação, são matérias-primas para a indústria têxtil e equipamentos. O Estado também reivindica outra ferrovia, a chamado Ferrovia Litorânea, que passa pelos portos catarinenses. Na margem esquerda de Itajaí fica o terminal privado da Portonave, controlada pela Triunfo e a Bakmoon. O gerente-comercial, Juliano Perin, diz que a média de produtividade por guindaste (27 movimentos/hora) está próxima de terminais internacionais com layout parecido. De janeiro a outubro a movimentação cresceu 14,2% em relação ao mesmo período de 2012. A empresa acredita que esse percentual deve permanecer até o fim do ano e a movimentação deve ultrapassar 600 mil TEUs. Em 2012, a alta foi de 13,7%, sobre 2011. Plásticos e derivados são os principais itens importados, seguidos por produtos diversos. Na exportação, destaque para carnes congeladas, responsáveis por 39% do total embarcado. A madeira e o tabaco também têm participação importante. Entre janeiro e agosto de 2013, o terminal movimentou 46% do total de carga conteinerizada operada pelos portos catarinenses. Em 2011, o market share foi de 39%. "Investimos R$ 70 milhões neste ano na compra de equipamentos, que já estão em operação. A empresa deverá receber obras de ampliação nos próximos anos para aumentar a capacidade de movimentação", diz Perin. "Com a expansão, o terminal que hoje tem pátio de 270 mil m2 passará para 410 mil m2." O terminal conquistou em outubro o inédito prêmio de Operador Portuário do Ano, do Lloyd's List Global Awards 2013, promovida pelo jornal inglês "Lloyds List", especializado no comércio marítimo global.(GA) ‹‹ voltar |