Matéria "Dragagens são bem-vindas mas ainda não garantem os super portaconêineres, diz Centronave "

 

Os navios de maior tonelagem são uma tendência irreversível no mundo, uma vez que significam ganhos em escala e, portanto, redução de custos para toda a economia.

A afirmação é de Elias Gedeon, diretor-executivo do Centronave que, no entanto, pondera:

“O fato de a entrada em operação de navios cada vez maiores ser uma tendência que será sentida por muitos anos não significa que os navios de menor porte cairão em desuso, ou que, os grandes portacontêineres representem sempre a melhor solução. A escolha do navio dependerá sempre das circunstâncias em que o serviço é desenvolvido, das estruturais portuárias disponíveis e, é claro, da demanda de carga”, afirma o diretor-executivo do Centronave.

Elias Gedeon acrescenta que, mesmo com as obras do Programa Nacional de Dragagens (PND) concluídas, o que deve ocorrer a partir de fevereiro de 2011 nos principais portos brasileiros, incluindo Santos, não teremos ainda no país a presença dos portacontêineres de última geração, os Post Panamax Plus, de mais de 10 mil toneladas.

“As obras de dragagens estão garantindo as condições para a utilização dos portos e de seus canais de acesso dentro das condições estruturais já existentes. São, na verdade, obras de manutenção, embora importantíssimas”, explica Elias Gedeon.

A evolução das embarcações foi de fato significativa nos últimos 20/30 anos, lembra o diretor do Centronave. Até a década de 1970, as maiores embarcações tinham no máximo 200 metros de comprimento e 800 Teus.

Na década de 1990, chegaram a 300 metros e 5 mil Teus (classe Post Panamax) e hoje ultrapassam os 8.000 Teus, chegando a 12.000 em alguns casos, ou mais.

Os portos mais modernos do mundo acompanharam a evolução gradualmente, aprofundando e alargando os seus canais de acesso, reequipando e ampliando os seus berços de atracação, num trabalho contínuo de manutenção e adaptação.

No Brasil, ainda será preciso muito trabalho para recuperar os anos de atraso e garantir as condições ideais para os grandes portacontêineres.



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