Matéria sobre a palestra "Gestão em Finanças para empresas de comunicação"

Agência Rio de Notícias - 20 de fevereiro de 2008 - Palestra com a participação de Nilson Mello

O encontro de Gestão em Finanças e Contabilidade para Assessores de Imprensa, realizado no auditório da Vídeo Clipping, nesta quarta-feira (20) na Glória, teve como iniciativa debater assuntos que não costumam fazer parte da rotina dos jornalistas, mas são fundamentais para a gestão das Assessorias de Imprensa. Jornalistas, assessores e profissionais de contabilidade puderam refletir e discutir soluções práticas para a gestão correta e econômica de seus negócios.

"O maior entrave na gestão da Assessoria de Imprensa é o Estado com a síndrome de Robin Hood", afirmou Nilson Mello ao explicar que o modelo de estruturação do Estado é o de conquista do bem estar social e a distribuição de renda. "Mas no Brasil, o resultado é inverso e gerou uma legislação protecionista que inibe a iniciativa empresarial".

Nilson Mello é jornalista e advogado, com especialização em Direito Tributário e Análise Conjuntural. É também diretor da Meta Consultoria e Comunicação e sócio do escritório Braz, Mello, Baptista Martins Advogados.

Para o jornalista, o "Estado é indispensável, só que no Brasil tomamos um caminho que nós deixamos de ser a razão do Estado existir, ele virou um ônus e não um benefício para o cidadão". Mello considera serem muitas as dificuldades tanto para o grande como para o pequeno empresário.

Como desafio empresarial, Nilson Mello afirmou a necessidade de reduzir custos para viabilizar o negócio, e ao mesmo tempo manter a equipe mobilizada e estimulada para conquistar a fidelidade do cliente. "Se você não tem uma boa equipe, motivada e bem remunerada, o trabalho não vai sair direito".

O advogado ressaltou ainda que "o mais importante é fazer um orçamento que nos dê um retorno compatível com o esforço e mostrar para o cliente o quanto a equipe trabalha. O melhor argumento é mostrar por que você está fazendo esse preço".

Para Mello, há uma tendência no mercado de não reconhecer a Assessoria de Imprensa como um empreendimento, "é um negócio como outro qualquer", destacou.

E concluiu: "o empreendedor tem dificuldades para entrar na lei. O Estado é ineficiente para tudo, não tem rodovias, os hospitais não funcionam, a segurança pública é um caos, não tem professores nas escolas, mas é eficiente para montar um sistema de fiscalização. O cidadão é duplamente punido".

O jornalista José Carlos Tedesco, também presente no encontro, propôs a realização de um fórum permanente para que sejam discutidas as dificuldades enfrentadas pelas empresas de comunicação e assessorias de imprensa. "O Brasil é o país do pulo do gato, o errado dá certo e o certo dá errado", ironiza.



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